domingo, 28 de março de 2021

Características do Algodão

Após a abertura da cápsula, as fibras, que até então eram cilíndricas, cheias de protoplasma  e estavam aderentes e dobradas entre si, sem resistência, nem elasticidade, principiam a seca pela evaporação da grande quantidade de água que contêm, passando a ficar vazio o seu interior, o que dá lugar a que as suas paredes enrijeçam, se contraiam e encostem entre si. A fibra fica, portanto, depois de madura ou seca, como um tubo vazio, flexível, com as suas paredes unidas, formando uma espécie de fita.

Na altura em que o protoplasma se contraiu e secou, pela acção do ar e do sol, as paredes adquirem consistência e elasticidade, as fibras enrolam-se sobre si, de encontro umas às outras, saltando para fora das cápsulas logo que estas se abrem, por se poderem expandir livremente, constituindo então, os lóculos salientes, tão característicos do algodão maduro.
As fibras enrolam-se ou torcem-se em volutas sinuosas, constituindo as chamadas convulções, aparecendo umas curvaturas num sentido e outras, noutro, tal qual como sucede com um tubo de borracha flexível, quando se esvazia. Estas torções ou volutas, são motivadas por se taparem, com a secagem, as pequenas perfurações ou cavidades obliquas que existem nas paredes das fibras, o que dá lugar a um engelhamento nesses pontos, que causam as curvaturas.

Características do Algodão
As convulções do algodão.

As fibras que morreram ou secaram, prematuramente por qualquer razão, e que normalmente são conhecidas por fibras imaturas ou mortas, apresentam-se lisas, sem ondulações ou sinuosidade e falhas de resistência, em virtude de terem secado antes que se completasse a formação das suas paredes.
Estas ondulações ou volutas têm grande importância na fiação, porque facilitam o trabalho de estiragem e torção, devido à tendência natural que as fibras possuem para se entrelaçar e aderirem entre si, o que contribui para aumentar a resistência do fio.
Nem todas as células exteriores do tegumento das sementes dão origem a fibras compridas, havendo algumas que não se diferenciam e outras que formam as fibras curtas ou fibrilhas. Esta faculdade das células e o comprimento das fibras, dependem das características hereditárias das respectivas células e das variedades.
Quando o algodão é comprado ao agricultor, normalmente, não se tomam em linha de conta as suas numerosas características ou particularidades, sendo somente apreciada, grosseiramente a sua qualidade para fixação do valor. Aquelas só vêm a interessar mais tarde ao comerciante ou importador, que faz a distribuição ou a entrega do algodão às fábricas, segundo as preferências de qualidade que cada um tem, em relação ao género de fabrico em que está especializada, ou que naquele momento lhe interessa para determinado fim.

Por isso, o importador, quando recebe uma determinada remessa de algodão, reclassifica-a e agrupa-a em lotes conforme os requisitos e particularidades da fibra, para depois os oferecer, por meio de amostras, aos industriais. Estes, sabendo quais são as suas necessidades e os tipos de fibra mais apropriados aos seus produtos e encomendas, escolhem, através das amostras, o lote que mais se adapta aos seus fins. Estas características, embora interessem sobretudo ao comerciante e ao industrial, que precisam de as conhecer para poderem distinguir e escolher os algodões de que necessitam, não devem ser ignoradas pelos agricultores. 

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