quinta-feira, 18 de março de 2021

Tecelagem

Tecelagem Links

 Tecelagem Links:             

       A Formação da Cala:          
            Geometria da Cala
            Tipos de Cala
         A Inserção da Trama:                                                  
        Os elementos de inserção:                                        
                A Lançadeira
                O Projéctil 
                As Pinças 
               O Jacto de Fluido 
         O Batimentodo Pente:
               O Tempo de Batimento
            Classificação dos Teares

Tecelagem: Classificação dos Teares

    Os teares podem ser classificados, essencialmente, segundo dois critérios:

    1— MÉTODO DE INSERÇÃO DE TRAMA
    Neste caso os teares subdividem-se em dois grupos:
    a) teares convencionais (com lançadeira)
    b) teares não-convencionais (sem lançadeira)

    2— NÚMERO DE CALAS FORMADAS POR CICLO DE TECELAGEM
podendo neste caso distinguir-se dois tipos:

    a) teares unifásicos — quando apenas uma passagem é inserida por rotação (ou ciclo) do tear;
    b) teares multifásicos — quando várias passagens são inseridas por ciclo de tecelagem (neste caso, o número de passagens é igual ao número de elementos de inserção).


    O primeiro critério de classificação é sem dúvida o mais conhecido, e permite uma melhor identificação dos diversos teares baseada nos elemen­tos de inserção utilizados. O segundo método é menos específico uma vez que a grande maioria dos teares correntemente usados (com ou sem lança­deira) são unifásicos.
    O   quadro 1 é uma tentativa de classificação dos teares que engloba os dois critérios aqui referidos.

Ouadro 1.l

Tecelagem: Classificação dos Teares

Fig.Tear de Lançadeira


Tecelagem: Classificação dos Teares

Fig. Tear de projéctil


Tecelagem: Classificação dos Teares

Fig.  Tear de pinças rigidas

  
Tecelagem: Classificação dos Teares

Fig. Tear de pinças flexíveis



Tecelagem: Classificação dos Teares

Fig.  Tear de jacto de Ar


Tecelagem: Classificação dos Teares

Fig. Tear de jacto de água

Tecelagem: Classificação dos Teares

Fig. Tear multifásico rectilíneo (com carriers)

Tecelagem: O Enrolamento do Tecido

    Após a inserção de uma passagem, o pente é batido levando a trama para a “frente do tecido”. Desta forma, as sucessivas passagens vão for­mando o tecido que deve ser deslocado para a frente de modo que a teia avance.

  A função de retirar o tecido da zona de tecelagem é efectuada por ENROLAMENTO, sendo desempenhada por três elementos principais, nomeadamente: o ROLO DE CHAMADA do tecido, o SISTEMA DE ENRO­LAMENTO e o ROLO ENROLADOR do tecido.
    À saída da zona de tecelagem, o tecido é solicitado pelo rolo de cha­mada que se encontra animado de um movimento de rotação comandado pelo sistema enrolador. Este mecanismo controla a velocidade de saída do tecido.
   O enrolamento do tecido é normalmente efectuado separadamente no rolo enrolador.
   A velocidade a que o tecido é solicitado deverá encontrar-se relacionada com a velocidade a que a teia é fornecida, de modo a garantir a formação de um tecido com densidade de trama uniforme do princípio até ao fim.
Enrolamento do tecido:     1 - rolo de chamada 2- rolo enrolador                3- sistema de enrolamento

Fig.  Enrolamento do tecido:
    1 - rolo de chamada
2- rolo enrolador
               3- sistema de enrolamento

O Desenrolamento da Teia

     Devido ao movimento alternado de abertura e fecho da cala, criam-se na zona de tecelagem variações cíclicas na tensão dos fios de teia.

    Na ausência de qualquer movimento compensador, a tensão da teia variaria em sintonia com o movimento dos liços. Na prática, porém, existem mecanismos compensadores — OS DESENROLADORES — que sincronizados com o mecanismo de formação da cala, reduzem os picos de tensão provocados pelo deslocamento dos liços.
Diagrama de tendo da tela:                                     _ _ _sem compensação     ____com compensação


Fig. 1.16 Diagrama de tendo da tela:
                                    _ _ _sem compensação     ____com compensação


    O mecanismo de desenrolamento deverá manter constante a tensão da teia durante a tecelagem desde o princípio até ao fim do órgão de teia, e permitir o desenrolamento de um comprimento de teia uniforme por passagem.
   Para que estas condições se verifiquem é necessário que a velocidade angular do órgão de teia aumente à medida que a teia se esgota.
    Suponha-se que o comprimento de teia desenrolado por passagem (I) é:
                                            l = aR = W.t.R. (cm)                                          


onde:
a— de rotação do órgão de teia (rad.)
R— raio do órgão de teia (cm)
t—tempo despendido numa rotação do tear (s)
W—velocidade angular do órgão de teia (S-1)

    Para que l se mantenha constante de passagem para passagem, a velo­cidade angular mínima do órgão de teia deverá ocorrer quando este se encontrar completamente cheio (Rmax) e quando os tecidos a produzir forem muito densos (Dmax).

O Desenrolamento da Teia
Fig. 1.17 Desenrolamento da teia:
                                                                              l — comprimento da teia desenrolado por passagem
                                                      lt— comprimento de fio no tecido (espaçamento entre passagens)
                                 a— ângulo de rotação do órgão de tela por passagem

Vejamos
Sendo
l = lt (   100   )  ........ D =   1
           100-C                    lt
e
t= 60
     Vt

teremos por substituição na equação
Wmin =   100/Dmax (100 - C)
                      60 Rmax 

Wmin=          100Vt                     (S-1)
           60 Rmax Dmax (100 – C)

onde
lt—Comprimento de fio no tecido (cm)
C— % de contracção à teia
D— N.º de passagens/cm
V—Velocidade do tear (rpm)


    Por outro lado, a velocidade angular será máxima quando o tecido a produzir for pouco denso (Dmin) e o órgão de teia se encontrar esgotado (Rmin):

Wmax              100 Vt                                   
               60 Rmin Dmin (100C)                                                                         

    A velocidade angular do órgão de teia poderá assim variar entre os seguintes limites:

                                           Wmin  = Dmin  Rmin                                                

                                           Wmax =  Dmax Rmax

Tecelagem: O tempo de batimento

    O ciclo de tecelagem é composto por quatro fases principais: a abertura da cala, inserção da trama, fecho da cala e batimento.

    Todas estas fases se relacionam com o mecanismo de batimento cuja posição extrema à frente (ponto morto anterior PMA) é o ponto de partida no diagrama de sincronização (equivalente a Oº de rotação do veio principal).
    A abertura e fecho da cala sobrepõem-se parcialmente ao batimento, no entanto, este só se poderá efectuar após a inserção ter terminado.

Tecelagem: O tempo de batimento do Pente

Fig.  Diagrama de sincronização do mecanismo de batimento:
       a — inserção da trama
                                       b — nivelamento ou cruzamento dos liços
 c — fecho da cala
     d — abertura da cala

Tecelagem: O Batimento do Pente

    O batimento do pente consiste na colocação do fio de trama na sua posição própria no tecido, sendo essencial que ocorra no momento em que. as folhas de teia se cruzam.

   O elemento responsável por esta função é o PENTE. A sua concepção e propriedades elásticas têm um papel determinante na taxa de quebras à teia e na qualidade do tecido produzido.
  O pente encontra-se montado num suporte designado por BATENTE, o qual lhe confere um movimento de vaivém a partir do mecanismo de bati­mento, e é constituído por uma armação onde se encontram fixas, em espa­ços regulares, umas LAMINAS, por entre as quais passam os fios de teia.
    O espaço existente entre duas lâminas consecutivas é designado por PUA. 


Tecelagem: O Batimento do Pente

Fig.1.14 Pente:
1 - pua
    2- lâmina


    Os pentes são numerados de acordo com o NÚMERO DE PUAS POR UNIDADE DE COMPRIMENTO (10 cm, 20 cm, 1 polegada, etc.) consoante o sistema de numeração adoptado.
        O movimento de batimento pode ser obtido de diversas formas, no entanto, qualquer que seja o tipo de mecanismo utilizado, deverá sempre:
            I)    ser portador duma quantidade de movimento (produto da massa pela aceleração) superior à que é consumida durante o batimento;
            II)  ser capaz de a transmitir à frente do tecido (zona de formação do tecido).

Tecelagem: O Jacto de Fluido

     O fluído utilizado como meio de inserção da trama pode ser o AR ou a ÁGUA.

    Estes sistemas correspondem funcionalmente a qualquer um dos outros tipos de inserção necessitando, porém, de requisitos especiais.


Tecelagem:  Jacto de fluido: A — jacto de ar        B — jacto de água

Fig. Jacto de fluido:
A — jacto de ar

      B — jacto de água

Tecelagem: As Pinças

    As pinças são elementos sólidos possuindo um movimento positivo per­feitamente definido.

São constituídas por duas partes:
— A cabeça — responsável pela prisão da trama
—A pinça propriamente dita—elemento de transmissão do movimento, ligado à cabeça e ao mecanismo de impulso.


Pinças:                   1 - cabeça da pinça 2 - pinça           3 - fio de trama

Fig. Pinças:
                  1 - cabeça da pinça
2 - pinça
          3 - fio de trama

Tecelagem: O Projéctil

 


O projéctil, tal como a lançadeira, é um elemento sólido livre.
Ë constituído por uma peça de aço endurecido e ranhurada onde se encontra a mola de prisão da trama.

Tecelagem: O Projéctil

Fig.  Projéctil: 1-mola de prisão da trama


Pesando, aproximadamente, dez vezes menos e sendo quatro vezes menor que a lançadeira consegue alcançar velocidades de tecelagem consi­deravelmente mais elevadas.

Tecelagem: A Lançadeira


O primeiro elemento de inserção a ser utilizado nos teares mecânicos foi a lançadeira.
A lançadeira é um elemento constituído por uma peça de madeira alon­gada e corpo oco onde é colocada uma canela com a trama nela enrolada.
É um elemento pesado (de 150 a 400 g aproximadamente) e longo, o que limita a velocidade do tear.

Tecelagem: Lançadeira:    1 - tensor   2-canela  3-ponta    4- mola

Fig.  Lançadeira:
   1 - tensor
  2-canela
 3-ponta

  4- mola

Tecelagem: A Inserção da Trama

     

Tecelagem: A Inserção da Trama

    Para que uma passagem de trama seja introduzida é necessário fazer passar esse fio através da cala. Os elementos responsáveis por essa função são designados por, elementos de inserção, e são considerados como base para a classificação dos teares.

Tecelagem: Tipos de Cala

     Do ponto de vista tecnológico, podemos distinguir cinco tipos de cala:

1—Cala aberta
2—Cala irregular
3—Cala semiaberta
4— Cala simétrica
5— Cala assimétrica


      Numa CALA ABERTA todos os fios estão perfeitamente alinhados aquando da abertura.
    Este tipo de cala adequa-se a qualquer método de inserção, sendo parti­cularmente vantajoso nos teares de jacto de água, uma vez que, dada a ine­xistência de um elemento guia da trama dentro da cala, são as próprias folhas de teia que desempenham essa função.
    Se as folhas de teia estiverem perfeitamente alinhadas, o fio de trama deslocar-se-á ao longo da cala sem quaisquer interferências, evitando-se o perigo de ocorrência de emaranhamentos.

  
Tecelagem: Tipos de Cala

Fig. Cala aberta


Numa CALA IRREGULAR os fios de ambas as folhas de teia encontram-se escalonados, o que permite uma redução da amplitude de movimento nos primeiros liços. Deste modo é possível reduzir as tensões de teia e, con­sequentemente, diminuir a taxa de quebras.

Tecelagem: Tipos de Cala

Fig. Cala Irregular


Numa CALA SEMIABERTA só uma das folhas de teia, geralmente a infe­rior, se encontra perfeitamente alinhada.
É um tipo de cala usado geralmente em teares cujo elemento de inser­ção se desloca sobre a folha inferior (caso de teares de lançadeira e pinças rígidas) evitando-se assim desvios no percurso ou rupturas de fios.

Tecelagem: Tipos de Cala

Fig. Cala semi-aberta


Numa CALA SIMËTRICA o deslocamento ascendente e descendente dos liços é igual e, consequentemente, os ângulos de cala são iguais. Ë um tipo de cala que oferece vantagens do ponto de vista de distribuição uni­forme de tensões em todos os fios da teia durante a inserção. No entanto, é geralmente preferível utilizar uma CALA ASSIMËTRICA (deslocamento dos liços diferente) uma vez que oferece maiores possibilidades de obtenção de efeitos nos tecidos através do batimento e menor probabilidade de ocorrên­cia de defeitos.

Tecelagem: Tipos de Cala


Fig.  1-cala simétrica ¢1 = ¢2

             2-cala assimétrica ¢1 > ¢2

Tecelagem: Geometria da Cala

     Para que os fios que formam a cala fiquem todos no mesmo plano, isto é, para que se obtenha uma CALA LIMPA, o levantamento individual dos liços deverá aumentar no sentido do órgão de teia.


Tecelagem: Geometria da Cala

Fig. 1.5 Geometria da cala


    Assim se designarmos como 1.º liço o que se encontra mais próximo do órgão de teia, o seu deslocamento máximo vertical será determinado pela seguinte equação:

                    h≤2[b + (n – 1) p] × tg  ¢ - a (mm)                              
                                                           2


onde
h—Amplitude de abertura de cala (altura da cala) (mm)
a— Comprimento do olhal da malha (mm)
b—Distância que vai da frente do tecido ao último liço (mm)
n— Número de liços
p— Espaçamento entre liços (passo) (mm)
¢— Ângulo da cala (º)

    O    ângulo de cala deverá ser o mais pequeno possível (de modo a deixar passa o elemento de inserção) para reduzir a amplitude de movimento dos liços e, consequentemente diminuir as deformações e quebras dos tios de teia.
A ALTURA DA CALA (h) é determinada em função das dimensões do elemento de inserção, devendo ter sempre a altura mínima que permita a  inserção da trama sem rupturas de fios.

    Em geral, a cala reduzida não pode ser usada com teias de baixa quali­dade uma vez que os fios que formam as duas folhas podem não se separar completamente, o que resulta em quebras durante a inserção. Por outro lado, não deverão ser utilizados ângulos de cala muito grandes para teias de fios com pouca resistência (limite de 250).

Tecelagem: A Formação da Cala

    Um fio de trama introduzido quando o elemento de inserção passa através da cala formada peles fios de teia, Para que isso aconteça, em cada passagem, os fios de teia dividem-se em dois grupos ou folhos, um dos quais é levantado e o outro baixado.

    Para se conseguir este movimento (formação da cala) todos os fios são passados por olhais existentes a meio de cada malha.
    As malhos são formadas por arame torcido ou lâminas de aço, possuindo, além do olhal central onde passa o fio de teia, uma abertura em cada extremidade que permite que se movimentem livremente ao longo de barras existentes junto às partes superior e inferior do caixilho, como indicado na figura 1.4.
    O    caixilho é constituído por barras de metal ou de madeira com uma largura ligeiramente superior à da teia, geralmente, com alturas do 36 a 48 cm.
    O    conjunto formado pelo caixilho e pelas malhas é o L IÇO.
    Os fios de teia são remetidos pelos diversos liços e no momento da inserção de uma passagem, um grupo de liços encontra-se em cima e o outro em baixo.

Tecelagem: A Formação da Cala

Fig. Liço e malhas.
   1- malha
    2- vareta.
      3-caixilho
                    4-malha em lâmina
5-olhal
                              6-malha em arame torcido


    A separação das folhas de Fios de teia efectuada pelo movimento dos liços forma um túnel conhecido por cala.

Tecelagem: Movimentos Fundamentais e Auxiliares


    Tecidos são estruturas têxteis planas produzidas pelo cruzamento ortogonal de dois sistemas de tios: a teia, e a trama.
    A Teia encontra-se posicionada na direcção do comprimento do tecido e a TRAMA na direcção da largura do tecido.
O tecido; 1- Teia;  2- Trama 
Fig. O tecido; 1- Teia;  2- Trama


    O   entrelaçamento da teia com a trama é feito no tear (onde o fio de tia se costuma designar simplesmente por fio e o fio de trama por passagem) sendo necessárias três OPERAÇÕES FUNDAMENTAIS.

1— A FORMAÇÃO DA CALA que consista na separação dos fios da teia em duas folhas, formando um túnel conhecido por cala.
2—A INSERÇÃO DE TRAMA que consiste na passagem do fio de trama no interior da cala, ao longo da largura do tecido.

3—O BATIMENTO DO PENTE que consiste em empurrar a passagem inserido contra o tecido já formado, até um ponto designado por “frente do tecido’’.

Operações fundamentais A — formação da cala                    B — inserção de trama                   C — batimento do pente

Fig. Operações fundamentais
A — formação da cala                    B — inserção de trama                   C — batimento do pente

Estas funções primárias devem encontrar-se sincronizadas, de modo que as operações ocorram na sequência correcta, não interferindo umas com as outras.
Para se poder tecer de uma formo sistemática devem ainda considerar-se duas importantes OPERAÇÕES ADIOIONAIS.

4—O CONTROLO OU DESENROLAMENTO DA TEIA, que é efectuado por um mecanismo que desenrola a teia do órgão a velocidade e tensão constantes.

5—O CONTROLO OU ENROLAMENTO DO TECIDO que é efectuado por um mecanismo que retira o tecido da área  de tecelagem a uma velocidade constante, a qual determinará a densidade (contextura) à trama do tecido.
  
Tecelagem: Movimentos Fundamentais e Auxiliares
Fig.   Operações auxiliares
                            A — desenrolamento  da teia

                          B —enrolamento do tecido

Faz o que puderes, com aquilo que tens, onde quer que te encontres.

"Faz o que puderes, com aquilo que tens, onde quer que te encontres." -Theodore Roosevelt  + Frases

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