Análise de Controlo de Qualidade para Tecidos

 

• I.MATËRIA-PRIMA
• Composição  
• Qualitativa
• Quantitativa percentual 
• Características  
• diâmetro médio das fibras componentes
• comprimento médio das fibras
• Frisado    

• II. DO FIO DA TEIA E DA TRAMA
• Número (título)
• Torção e retorção
• Regularidade (pontos finos e pontos grossos)   

• III. CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DO TECIDO 
• Resistência ao rebentamento por tracção e respectivo alongamento.
• Resistência ao rebentamento por pressão (ecla­tômetro).
• Resistência à fricção (abrasão)
• Espessura
• Encolhimento por molhagem (relaxamento)  
• Encolhimento por feltragem
• Resistência à formação do vinco
• Retenção do vinco
• Repelência à água e ao óleo
• Resistência à traça, às bactérias e aos fungos
• Resistência ao fogo
• etc.

• IV. SOLIDEZ DAS CORES
• À luz
• À lavagem
• À água do mar
• À transpiração
• À fricção (em seco e em molhado)
• Ao calor
• etc.          

As Normas, podem ser:

— Internacionais— I.S.O.

— Regionais      — C.E.E./C.E.N.

—Nacionais       — NP (Portugal)

BS (U.K.)

DIN(RFA)

AFNOR(França)

etc.

Particulares:        I.W.S. (para a lã)

I.C.I.  (para o Terylene)

Marks & Spencer (para uma grande variedade de artigos)

Outras, para hospitais, hotéis, exército, polícia, etc.

    Nos quadros seguintes referem-se os ensaios recomendáveis para vários tipos de artigos genericamente definidos e graus de aceitação dos resultados. Estas indicações são dadas meramente como exemplos e não se devem con­siderar como completas.

                                       

Finalidade	Estabilidade à temperatura	Estabilidade ao vapor	Escorregamento	Carga de rotura à trama	Abrasão (Martindale)
Fatos, calças	Ensaio: 30” a 170º C Encolhimento 2% à largura 2% ao comp.	±2% à largura ±2% ao comp.	12 Kg	32 Kg	30.000 fricções nenhum fio rebentado
Casacos, sobretudos, vestidos, camisas	30” a 170 C 2% à largura 2% ao comp.	±2% à largura ±2% ao comp.	12 Kg	20 kg	20.000 fricções nenhum fio rebentado
Todos os tecidos elásticos	_____	±3% à largura ±3% ao comp.	12 Kg	32Kg	30.000 fricções nenhum fio rebentado

Especificações para tecidos de lã e lã com misturas de outras fibras, não

Artigos

ENSAIO	Fibras celulósicas naturais ou não naturais; Nylon; Poliester e suas misturas.	Fibras acrilicas, triacetato, misturas com estas fibras e fibras elastoméricas.	Lã e misturas ricas em lã, laváveis.	Lã e misturas com lã não laváveis (limpar a seco).
Lavagem (a)	ISO 3 D4 M4	ISO 2 D4 M4	ISO 2 D4 M4	____
Limpeza a seco(a)	D4 M4	D4 M4	D4 M4	D4 M4
Água a37ºC(a)	M4	M4	M4	M4
Transpiração(a)	D4 M4	D4 M4	D4 M4	D4 M4
Fricção em(a) seco	M4 excepto roupa de dormir M 4-5	M4 excepto roupa de dormir M 4-5	M4	M4
Luz(b)	4 excepto casacos 6 fatos 6	4 excepto casacos 6 fatos 6	4	4 excepto casacos 6 fatos 6
Perborato(a)	D4	D4	D4	_____
Água clorinada(a) 100 mg/l	D4 (só para fatos de banho)	D4(só para fatos de banho)	_____	_____
Passagem a(a)  ferroem quente	D5	D5	D5	D5
Pregueação(a)	D5	D5	D5	D5

D = Desbote                           (a)=escala de 1 a 5
M= Manchamento                  (b)=escala de 1 a 5    

    Um profundo conhecimento das matérias têxteis é essencial quando se começa a estudar a criação dum artigo, impondo-se actualmente e cada vez mais, o conhecimento das misturas já experimentadas e a criação de novas misturas.

    Dá-se seguidamente uma descrição sumária das matérias-primas têxteis, suas propriedades e misturas indicadas para uma grande variedade de fins. Deve ter-se sempre bem presente que as misturas de fibras se podem fazer (binárias, ternárias) pelas seguintes razões:

1) Para obter artigos novos que partilhem das propriedades das fibras misturadas.

2) Para obter um preço concorrencial

3) Para obter melhor rendimento no processo de fabrico ou em alguma fase desse processo.

4) Para obter novos efeitos estéticos.

    Relativamente às propriedades dos tecidos as fibras naturais são supe­riores no que diz respeito aos aspectos de higiene e conforto enquanto as fibras não naturais principalmente as sintéticas são excelentes nos aspectos de comportamento mecânico e de resistência ao uso e à lavagem. No seguinte quadro sumariza-se esta situação:

	Fibras Naturais	Fibras Sintéticas
Resistência à fricção		X
Resistência à tracção		X
Resistência ao enrugamento		X
Estabilidade dimensional		X
Fixação do vinco		X
Resistência ao rasgar		X
Escoamento da electricidade estática	X
Isolamento térmico (1)	X
Permeabilidade ao ar	X
Toque	X
Factores higiénicos	X

(1)   As fibras acrílicas têm no entanto um maior isolamento térmico que as fibras naturais.

    Assim sendo a mistura de fibras naturais e não naturais faz-se segundo o tipo de propriedades finais que desejamos dar ao tecido. A incorporação de fibras sintéticas aumenta naturalmente as propriedades de resistência mecâ­nica enquanto as fibras naturais são responsáveis pelo conforto e a estética.

    A viscose fibra artificial celulósica é usada no entanto como diluidor de preço. Outras fibras não naturais como por exemplo o elastano mesmo em pequenas percentagens confere alta elasticidade aos tecidos em que é intro­duzida. A clorofibra com elevada protecção térmica, confere também protec­ção contra o fogo. Existem algumas misturas que são hoje já clássicas como por exemplo a lã/poliester 55/45 para sarjas de calças de homem e fardamen­tos; lã/acrílico 65/35 para fatos de homem, saias plissadas, veludos, gabardi­nes, etc.; lã/clorofibra 50/50 para tecidos laváveis já que a feltragem da lã é praticamente eliminada; poliester/linho 85/15 ou 50/50 para artigos de Verão de vestuário exterior tanto para mulher como para homem; e muitas outras misturas que constituem sempre artigos de novidade.